terça-feira, 27 de maio de 2014

Biografia e vida de Ernesto Geisel


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Em 1946, foi nomeado secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, cargo que ocupou por um ano. Atuou na embaixada do Brasil no Uruguai (1947-1950), adjunto do Estado-Maior das Forças Armadas (1950-1952), subchefe do Gabinete Militar no governo Café Filho (1955), chefe da Seção de Informações do Estado-Maior do Exército (1957-1961), cargo que exerceu juntamente com o ministério da Guerra no Conselho Nacional do Petróleo.

Ernesto Geisel foi um político e militar brasileiro, tendo sido 29º Presidente do Brasil de 1974 a 1979. Nasceu em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, em 3 de agosto de 1907. Filho de imigrantes luteranos alemães, estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, onde se formou em 1924 como primeiro aluno da turma. Seguiu a carreira militar e participou de movimentos políticos, como a Revolução de 1930, a qual apoiava. Em 1932, lutou contra a Revolução Constitucionalista de São Paulo.

Em 1940, Geisel casou-se com sua prima de primeiro grau, Lucy, com quem teve dois filhos: Amália e Orlando, este último falecido num acidente de trem em 1957. Geisel jamais se recuperaria totalmente deste duro golpe.


Durante a gestão do presidente Paschoal Ranieri Mazzilli (1961), foi chefe do gabinete militar e fez parte do movimento político que originou o golpe de 1964. Promovido a general-de-divisão em novembro de 1964 e a general-de-exército em 1966, ocupou a chefia da Casa Militar no governo Castello Branco. Em 1969, assumiu a direção da Petrobrás e, por meio de eleição indireta, passou a exercer o cargo de presidente da Repúnblica em 15 de março de 1974.

Durante seu governo, Geisel enfrentou o fim da chamado "milagre brasileiro", com a redução do crescimento econômico e a alta da inflação. Para superar esse quadro desfavorável, agravado pela vitória expressiva da oposição nas eleições parlamentares de 1974, apresentou seu projeto de abertura política "lenta, gradual e segura com vistas à reimplantação do sistema democrático no país".

O período foi marcado por conflitos polítos e sociais, já que o processo de redemocratização entrava em choque com interesses dos militares. Num processo gradual, o governo permitiu a realização, em 1974, da propaganda eleitoral pela primeira vez desde a instituição do AI-5 (Ato Institucional número 5). Os candidatos do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido da oposição, à Câmara dos Deputados e ao Senado obtiveram vitória nos principais Estados do país, aumentando consideravelmente a bancada oposicionista nos dois órgãos governamentais.

As mortes do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, e do sindicalista Manoel Fiel Filho (1976) causaram uma série de manifestações políticas contra o governo e demonstraram que havia um conflito de interesses dentro do Estado. Enquanto eram anunciadas medidas que pregavam maior abertura e liberdade política, Ernesto Geisel demitiu o ministro do Exército, general Sílvio Frota, isolando o grupo de militares que se colocava contra o processo de abertura política.

Em maio de 1978, foi registrada a primeira greve de operários metalúrgicos desde 1964, em São Bernardo do Campo, São Paulo, sob a liderança do presidente do sindicato da categoria, Luís Inácio Lula da Silva.

Em 31 de dezembro do mesmo ano, Geisel revogou o AI-5, que representou um passo decisivo no processo de redemocratização do país. Além disso, reatou relações diplomáticas com a China, fez com o Brasil fosse o primeiro país do mundo a reconhecer a independência de Angola e, buscando novas fontes de energia para o país, firmou o acordo nuclear com a Alemanha e incentivou a utilização do álcool como combustível.

Seu mandato foi encerrado em 15 de março de 1979. Em junho de 1980, tornou-se presidente da Norquisa-Nordeste e do Copene (Conselho de Administração da Companhia Petroquímica do Nordeste). Faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de setembro de 1996.


Realizações do Governo Geisel

Estes foram alguns dos principais planos do governo Geisel:

- Divisão de Mato Grosso e criação de Mato Grosso do Sul entre 1977 e 1979.

- II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), política desenvolvimentista que ajudou a manter a economia aquecida, o parque industrial em expansão e o nível de empregos após o primeiro choque do petróleo (1973), mas que causou agravamento da dívida externa e dos problemas monetários ocasionadores da hiperinflação das décadas seguintes, legando um estado de recessão já no governo do sucessor João Figueiredo. A concessão de grandes incentivos aos investimentos de capital estrangeiro no país foi outro controverso e capital ponto do II PND.

- Inaugurou as primeiras linhas do metrô em São Paulo e no Rio de Janeiro.

- Busca de novas fontes de energia, realizando o acordo nuclear com a Alemanha, criando os contratos de risco com a Petrobras e incentivando a utilização do álcool como combustível.
Deu início do processo de redemocratização do país, embora tal processo tenha sofrido alguns retrocessos durante seu governo, como bem exemplifica o Pacote de Abril, em 1977.

- Abertura política do Brasil, sobre a qual Geisel afirmou que a redemocratização seria um processo "lento, gradual e seguro" em seu discurso de posse. Os assassinatos do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho em São Paulo, entre o final de 1975 e o início de 1976 (expositores para grande parte da sociedade brasileira do real estado de arbítrio promovido pelo Movimento de 1964), apressaram os planos do governo e ocasionaram um enfraquecimento do poder da chamada linha-dura dentro da administração federal, com a demissão, pouco tempo depois das mortes, do general Ednardo D'Ávila Mello, comandante do II Exército, responsável pelas prisões de Herzog e Fiel Filho. No auge da crise institucional, Geisel neutraliza uma tentativa de golpe do general Sylvio Frota, principal expoente da "linha-dura" e tido como um dos favoritos à sua própria sucessão, e termina por exonerá-lo em outubro de 1977.

- Extinguiu o AI-5 e preparou o governo seguinte (João Figueiredo) para realizar um conflito político e a volta dos exilados, mas sem que retomassem seus cargos políticos.
Em política externa, dentro de uma orientação denominada pelo governo de "pragmatismo responsável", procurou ampliar a presença brasileira na África e com os demais países do Terceiro Mundo (incluindo nisso os vizinhos de América Latina), evitando o alinhamento incondicional aos Estados Unidos. Reconheceu de imediato os regimes socialistas portugueses e angolanos que se sucederam após as guerras de independência colonial e o desmonte do poder ditatorial salazarista, bem como reatou relações diplomáticas com a República Popular da China.

- Autorizou a demolição do Palácio Monroe - episódio polêmico que movimentou interesses diversos e gerou intensas campanhas contra e a favor nos jornais.

- Denunciou o tratado militar Brasil-Estados Unidos em 1977.

- Construiu grande parte da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

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