segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Cristal australiano é o ‘pedaço’ mais antigo da Terra


Zircão encontrado na Austrália, confirmado como o pedaço da crosta mais antigo da Terra. O pequeno cristal tem tamanho quase irrelevante, mas sua existência possibilita um grande salto na descoberta das primeiras formas de vida na Terra Foto: Reuters

Cientistas descobriram a idade da crosta da Terra a partir de um pedaço minúsculo de zircão, encontrado nas terras do oeste australiano. O cristal tem 4,4 bilhões de anos, sendo mais antigo do que se imaginava, segundo informações do jornal The Guardian.

O geocientista da Universidade de Wisconsin e professor John Valley liderou a pesquisa sobre o zircão australiano e descobriu que a Terra não era tão “dura” quanto se imaginava e que, com 4,4 bilhões de anos, a crosta se desenvolveu relativamente rápido após o período de formação do planeta.

Para determinar a idade do fragmento de zircão, os cientistas utilizaram duas técnicas: a primeira determina o nível de radioatividade de urânio ao longo do tempo na amostra mineral; para confirmar, eles fizeram também a contagem por um método sofisticado que consiste em identificar átomos individuais de chumbo no cristal e determinar sua massa, o que confirmou que o zircão tinha 4,4 bilhões de anos.

Segundo a pesquisa, a Terra teria se formado há 4,5 bilhões como uma “bola de rocha derretida”, desta maneira, a crosta terrestre se formou apenas 100 milhões de anos depois da formação do planeta e 160 milhões de anos depois da formação do sistema solar. Os cientistas acreditam que a descoberta também poderá ajudar nas pesquisas em relação ao período em que a Terra se tornou habitável, com o resfriamento após o período conhecido como “Hades” (em referência ao deus grego do inferno). 

Segundo o cientista, a descoberta do zircão de mais de 4 bilhões de anos sugere que o planeta foi capaz de sustentar vida microbiótica mais cedo do que se acreditava. “Não temos evidências de que a vida existia naquele período, mas também não temos razões para desacreditar que houve vida na Terra há 4,3 bilhões de anos”, afirmou. 


Terra

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