sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Humanismo questões vestibular


Artigo sobre Humanismo características, humanismo na literatura e arquitetura com questões de vestibular

Humanismo deriva, etimologicamente, da palavra francesa humanisme. Segundo alguns autores, Humanismo é a "doutrina dos humanistas da Renascença que ressuscitaram o culto da línguas e das literaturas antigas".

No entanto, literariamente, convencionou-se relacionar a palavra Humanismo ao movimento artístico iniciado na Itália no século XIV. Petrarca, poeta italiano, é considerado o pai do Humanismo, pois foi o principal precursor desse movimento que espalhou-se pela Europa, no período que corresponde à transição da Idade Média à Idade Moderna.

O Humanismo abrange praticamente todas as artes como por exemplo a pintura, a arquitetura, a escultura, a música e a literatura. As obras desse período tinham como centro de interesse o próprio homem. Assim, enquanto no Trovadorismo Deus era o centro de tudo (teocentrismo) no Humanismo o homem passa a ser o centro de interesse da cultura (antropocentrismo).

O Humanismo foi a própria alma do Renascimento. Era um apelo ao homem universal. Traduzia-se sobretudo pelo enaltecimento da cultura da Antiguidade Clássica".


Contexto Histórico-Cultural

No final da Idade Média, Portugal estava passando por profundas transformações. O desenvolvimento de outras atividades econômicas estimulou a crise do sistema feudal e deu início ao chamado mercantilismo – a economia de subsistência é substituída gradativamente por atividades comerciais. Surgem as pequenas cidades, chamadas burgos, e com elas uma nova classe social, a burguesia. Muitas descobertas são feitas, entre elas a invenção da imprensa (em 1448, por Gutenberg) e de instrumentos relacionados à expansão ultramarina. Mas é, sem dúvida, a Revolução de Avis (1383-1385) o marco cronológico da consolidação do Estado Nacional Português. Através dela se estabelece a política centralizadora do poder nas mãos do rei, respaldada pela burguesia mercantilista. A partir da primeira conquista ultramarina portuguesa, a Tomada de Ceuta, em 1415, inicia-se o período das Grandes Navegações, que consolidam o nacionalismo português.



Humanismo literatura

A produção literária desse período subdivide-se em:

Poesia Palaciana
Prosa (crônicas de Fernão Lopes. prosa doutrinária, novelas de cavalaria)
Teatro – Gil Vicente
A Poesia Palaciana, como próprio nome já diz, era poesia produzida no ambiente dos palácios, feita por nobres e destinada à corte. Ao contrário dos códices (manuscritos) trovadorescos, grande parte da produção poética desse período foi recolhida por Garcia Resende, no Cancioneiro Geral, formado por 880 composições, impresso em 1516. Entre suas principais características estão:

separação entre música e texto – a poesia destina-se à leitura. Assim, a própria linguagem é responsável pelo ritmo e expressividade. O termo trovador aos poucos assume um caráter pejorativo e começa a surgir a figura do poeta;
utilização dos redondilhos – versos compostos por cinco (redondilhos menores) ou sete sílabas poéticas (redondilhos maiores);
temática variada – com composições religiosas, satíricas, didáticas, heroicas e líricas. O lirismo amoroso trovadoresco, a partir da influência de Petrarca (um dos precursores do Humanismo italiano), assume uma nova conotação, a mulher idealizada, inatingível, carnaliza-se e a sensualidade reprimida nas cantigas de amor passa a ser frequente.
Fernão Lopes é a principal figura da prosa humanista, considerado o fundador da historiografia portuguesa. Sua importância se deve não só pelo aspecto histórico de sua produção, mas também pelo aspecto artístico de suas crônicas. Em sua crônicas, apesar de regiocêntricas, o povo aparece pela primeira vez com co-autor das mudanças históricas portuguesa. Entre suas características destacamse: a imparcialidade, o registro documental, a criticidade e o nacionalismo. São de autoria de Fernão Lopes:

Crônica de El-Rei D. Pedro I
Crônica de El-Rei D. Fernando
Crônica de El-Rei D. João I

A prosa doutrinária, também chamada de ensinanças, corresponde a textos de caráter didático, destinados à nobreza. São obras para o aprendizado de certas artes da época, como a montaria.

As novelas de cavalaria conservam basicamente as mesmas características do Trovadorismo.


Teatro de Gil Vicente

Gil Vicente

Gil Vicente é considerado o primeiro grande dramaturgo português. Não se sabe ao certo a data de seu nascimento, mas estima-se que tenha sido por volta do ano de 1466. Geralmente é considerado o pai do teatro português. Além de ter sido um grande representante do teatro, desempenhou também tarefas de ator, músico e encenador.


 Sua obra é tida como reflexo da mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento. Gil faz uma reflexão sobre as regras e padrões presentes na hierarquia e na ordem social e na mudança dessa ordem. Foi o principal representante da literatura renascentista portuguesa, incorporando elementos populares na sua escrita.

 Foi um homem ligado ao medievalismo e ao humanismo, ou seja, um homem que pensa em Deus mais exalta também o homem livre.

 O Autor critica em sua obra, toda a sociedade de seu tempo, desde os membros das mais altas classes sociais até os das mais baixas. Faz crítica também aos membros que corrompem a Igreja.

 Seus personagens ilustram a sociedade da época, com suas aspirações, seus vícios e seus dramas. Geralmente aparecem em sua obra através de sua ocupação ou traço social, sendo raramente chamados pelo nome.

 Colocou em cenas fatos e situações que revelam a degradação dos costumes, como a imoralidade dos frades e a corrupção no seio da família.

 A linguagem é o veículo que Gil melhor explora para conseguir efeitos cômicos ou poéticos. Suas peças, escritas sempre em versos incorporam trocadilhos, ditos populares e expressões típicas de cada classe social.

A estrutura cênica do teatro vicentino apresenta enredos muito simples.

Gil Vicente não segue a lei das três unidades básicas do teatro clássico. Em sua obra está presente o confronto entre o teocentrismo e o antropocentrismo.

 Suas obras podem ser divididas em três fases diferentes:

 1ª fase:

- Temas Religiosos

 2ª fase:

- Problemas sociais decorrentes da expansão marítima

 3ª fase:

 - maturidade artística

 Sua obra teatral pode ser didaticamente dividida em dois tipos:

 Autos: peças teatrais de assunto religioso ou profano; sério ou cômico.

Os autos tinham a finalidade de divertir, de moralizar ou de difundir a fé cristã.

 Farsas: são peças cômicas de um só ato, com enredo curto e poucas personagens extraídas do cotidiano.

 Sua obra completa contém aproximadamente 44 peças.

 Obras de Gil Vicente

 - Auto do vaqueiro ou Auto da visitação (1502)

 - Auto pastoril castelhano (1502)

 - Auto da Fé (1510)

- O velho da horta (1512)

 - Exortação da Guerra (1513)

 - Comédia do viúvo (1514)

 - Auto da Fama (1516)

 - Cortes de Júpiter (1521)

 - Farsa de Inês Pereira (1523)

 - Farsa do templo de Apolo (1526)

 - Tragicomédia pastoril da Serra da Estrela (1527)

 - Farsa dos almocreves (1527)

 - Auto da feira (1528)

 - Farsa do clérigo da Beira (1529)

 - Auto do triunfo do Inverno (1529)

 - Romagem dos Agravados (1533)

 - Auto da Cananea (1534)

 - Floresta de Enganos (1536)


A Farsa de Inês Pereira

Conta a história que a Farsa de Inês Pereira surgiu por volta de 1523, quando a autoria dos textos de Gil Vicente foi questionada. Ele, a fim de provar sua inocência, pediu que lhe dessem um tema qualquer para que produzisse uma peça. O tema dado foi um dito popular: “mais quero um asno que me leve que cavalo que me derrube”, expressão conhecidíssima da célebre farsa.

Inês Pereira, jovem ambiciosa e namoradeira, cansada dos afazeres domésticos decide se casar, mas não com qualquer rapaz de sua classe social, deseja um casamento nobre, com um homem que seja galante, discreto e que saiba cantar. Recusa o casamento com Pêro Marques, que mesmo rico era camponês e casa-se com Brás da Mata, falso escudeiro que a maltrata após o casamento.

Com a morte do marido, a jovem casa-se novamente com o primeiro pretendente, mesmo sem amá-lo. Ingênuo e devotado, Pêro Marques não percebe a traição da mulher com um falso religioso e, na cena final da farsa, leva a própria esposa para os braços do amante, daí a frase: “mais quero um asno que me leve que cavalo que me derrube”.

Fernão Lopes


Fernão Lopes foi o mais importante cronista(historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância era, anteriormente atribuída somente à nobreza.

Obras

“Crônica d’El-Rei D. Pedro”

“Crônica d’El-Rei D. Fernando”

“Crônica d’El-Rei D. João I”



 A arquitetura religiosa no humanismo


   A   linha de pensamento dos humanistas objetivava a elaboração de modelos simbólicos do universo cósmico. O princípio de unidade é levado à geometria, e as plantas dos edifícios religiosos quase sempre se apresentavam como poligonais centralizadas. A questão da centralidade nas artes ficou clara na obra De re aedificatoria, livro composto de 10 volumes, escrito pelo arquiteto Leon Battista Alberti a partir do ano de 1443. O círculo, afirma ele, é a forma primária que acima de todas as outras é favorecida pela natureza começando pela própria forma do mundo. 2  Seus projetos tinham como repertório os poucos intactos edifícios redondos da Antigüidade Romana, já que a maioria seguia a forma retangular. Porém seus estudos tinham origem também na obra de Vitrúvio, que no apêndice do seu Quarto Livro já destacava o círculo como uma das formas possíveis para os edifícios religiosos.  3  Além do círculo ficaram estabelecidas outras oito figuras geométricas para as construções religiosas; dentre elas o quadrado e os retângulos provenientes do quadrado e meio, quadrado mais um terço e quadrado duplo.
            O resgate da obra de Vitrúvio fez com que a geometria renascentista fosse clara (diferente das igrejas góticas, onde as formas só poderiam ser compreendidas pelos iniciados), e cada uma das partes do edifício estivesse intimamente ligada ao todo, por analogia, conforme os membros do corpo humano como no tratado de Vitrúvio. O mesmo arquiteto romano foi importante quando o resgate da figura do Homem Vitruviano sintetizou o conflito do círculo com o quadrado na modulação de várias construções da época, revelando o embate filosófico relacionado entre o Céu e a Terra, entre o Cósmico e  Humano, embate esse proporcionado pela nova forma de ver o homem no mundo – “Deus também criou o homem à sua própria imagem: pois como o mundo é a imagem de Deus, também o homem é a imagem do mundo.” 4


Tempietto de S. pedro, Bramante.
fonte: vam.ac.uk
         
 O Tempietto de São Pedro, de Donato Bramante, finaliza o uso do círculo como símbolo religioso durante o período Clássico. Construído em Montoro no ano de 1502 no local histórico do martírio de São Pedro, o edifício com planta circular teve seu destaque semelhante ao Panteão de Roma (no que diz respeito à utilização como repertório para arquitetos posteriores – Palladio, por exemplo),  porém suas dimensões são menores, por se tratar de uma construção dentro de um claustro. O interesse no estudo dessa construção se deve à harmonia perfeita alcançada por intermédio de um profundo conhecimento das soluções formais utilizadas, harmonia essa também alcançada nos antigos edifícios de mesma planta circular.
            Mesmo com simbolismo tão rico, as igrejas de planta circular foram construídas em curto período, já que a Igreja Católica não desistira facilmente de suas tradições. Com a influência desta igreja, a planta dos espaços sagrados voltou a ser a cruz latina, manifestação máxima do amor de Cristo pelo homem; porém o cubo permaneceu presente. Apenas no período Barroco, com a introdução das linhas orgânicas é que entra em declínio o uso do quadrado nas construções clássicas destinadas ao Sagrado. Auxiliado pela filosofia do século XVIII, o homem ocidental  modifica o sentido do Sagrado em sua vida, o que repercute diretamente na geometria e arquitetura, passando o círculo a ser utilizado sem intenções simbólicas, apenas plásticas.

questões sobre humanismo literatura

1)  (FUVEST) Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente:

a) Compôs peças de caráter sacro e satírico.
b) Introduziu a lírica trovadoresca em Portugal.
c) Escreveu a novela Amadis de Gaula.
d) Só escreveu peças e português.
e) Representa o melhor do teatro clássico português.

2) (FUVEST-SP) Caracteriza o teatro de Gil Vicente:

a) A revolta contra o cristianismo.
b) A obra escrita em prosa.
c) A elaboração requintada dos quadros e cenários apresentados.
d) A preocupação com o homem e com a religião.
e) A busca de conceitos universais.

3) O Cancioneiro Geral não contém:

a) Composições com motes e glosas.
b) Cantigas e esparsas.
c) Trovas e vilancetes.
d) Composições na medida velha.
e) Sonetos e canções.

4) (FUVEST-SP) Diabo, Companheiro do Diabo, Anjo, Fidalgo, Onzeneiro, Parvo, Sapateiro, Frade, Florença, Brísida Vaz, Judeu, Corregedor, Procurador, Enforcado e Quatro Cavaleiros são personagens do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente.

Analise as informações abaixo e selecione a alternativa incorreta cujas características não descrevam
adequadamente a personagem.

a) O Onzeneiro idolatra o dinheiro, é agiota e usurário; de tudo que juntara, nada leva para a morte, ou
melhor, leva a bolsa vazia.
b) O Frade representa o clero decadente e é subjugado por suas fraquezas: mulher e esporte; leva a amante e as armas de esgrima.
c) O Diabo, capitão da barca do inferno, é quem apressa o embarque dos condenados; é dissimulado e irônico.
d) O Anjo, capitão da barca do céu, é quem elogia a morte pela fé; é austero e inflexível.
e) O Corregedor representa a justiça e luta pela aplicação integra e exata das leis; leva papéis e processos.

5) A obra de Fernão Lopes tem um caráter:

a) Puramente científico, pelo tratamento documental da matéria histórica;
b) Essencialmente estético pelo predomínio do elemento ficcional;
c) Basicamente histórico, pela fidelidade à documentação e pela objetividade da linguagem científica;
d) Histórico-literário, aproximando-se do moderno romance histórico, pela fusão do real com o imaginário.
e) Histórico-literário, pela seriedade da pesquisa histórica, pelas qualidades do estilo e pelo tratamento literário, que reveste a narrativa histórica de um tom épico e compõe cenas de grande realismo plástico, além do domínio da técnica dramática de composição.

6) Sobre a poesia palaciana, assinale a alternativa falsa:

a) É mais espontânea que a poesia trovadoresca, pela superação da influência provençal, pela ausência de normas para a composição poética e pelo retorno á medida velha.
b) A poesia, que no trovadorismo era canto, separa-se da música, passando a ser fala. Destina-se à leitura individual ou à recitação, sem o apoio de instrumentos musicais.
c) A diversidade métrica da poesia trovadoresca foi praticamente reduzida a duas medidas: os versos de 7 sílabas métricas (redondilhas menores).
d) A utilização sistemática dos versos redondilhas denominou-se medida velha, por oposição à medida nova, denominação que recebemos os versos decassílabos, trazidos da Itália por Sá de Miranda, em  1527.
e) A poesia palaciana foi compilada em 1516, por Garcia de Resende, no Cancioneiro Geral, antologia que reúne 880 composições, de 286 autores, dos quais 29 escreviam em castelhano. Abrange a produção poética dos reinados de D. Afonso V (1438-1481), de D. João II (1481-1495) e de D. Manuel I – O Venturoso (1495-1521).

7) Autor que levava no palco a sociedade portuguesa da primeira metade do século XVI, vivenciando, na expressão de Antônio José Saraiva, o reflexo da crise.
II. Atuou na linha do teatro de costumes, associou o burlesco e o cômico em dramas e comédias ao retratar flagrantes da vida brasileira, do campo à cidade.

Os enunciados referem-se, respectivamente, aos teatrólogos:
a) Camilo Castelo Branco e José de Alencar.
b) Machado de Assis e Miguel Torga.
c) Gil Vicente e Nélson Rodrigues.
d) Gil Vicente e Martins Pena.
e) Camilo Castelo Branco e Nélson Rodrigues.

8) Leia agora as seguintes estrofes, que se encontram em passagens diversas de A FARSA DE INÊS PEREIRA de Gil Vicente:

Inês:
Andar! Pero Marques seja!
Quero tomar por esposo
quem se tenha por ditoso
de cada vez que me veja.
Por usar de siso mero,
asno que leve quero,
e não cavalo folão;
antes lebre que leão,
antes lavrador que Nero.

Pero:
I onde quiserdes ir
vinde quando quiserdes vir,
estai quando quiserdes estar.
Com que podeis vós folgar
que eu não deva consentir?

(nota: folão, no caso, significa "bravo", "fogoso")

a) A fala de Inês ocorre no momento em que aceita casar-se com Pero Marques, após o malogrado matrimônio com o escudeiro. Há um trecho nessa fala que se relaciona literalmente com o final da peça. Que trecho é esse? Qual é o pormenor da cena final da peça que ele está antecipando?

b) A fala de Pero, dirigida a Inês, revela uma atitude contrária a uma característica atribuída ao seu primeiro marido. Qual é essa característica ?

c) Considerando o desfecho dos dois casamentos de Inês, explique por que essa peça de Gil Vicente pode ser considerada uma sátira moral.

9) O argumento da peça "A Farsa de Inês Pereira", de Gil Vicente, consiste na demonstração do refrão popular "Mais quero asno que me carregue que cavalo que me derrube". Identifique a alternativa que NÃO corresponde ao provérbio, na construção da farsa.

a) A segunda parte do provérbio ilustra a experiência desastrosa do primeiro casamento.
b) O escudeiro Brás da Mata corresponde ao cavalo, animal nobre, que a derruba.
c) O segundo casamento exemplifica o primeiro termo, asno que a carrega.
d) O asno corresponde a Pero Marques, primeiro pretendente e segundo marido de Inês.
e) Cavalo e asno identificam a mesma personagem em diferentes momentos de sua vida conjugal.

10) pergunta:Leia os diálogos abaixo da peça "O Velho da Horta" de Gil Vicente:

(Mocinha) - Estás doente, ou que haveis?
(Velho) - Ai! não sei, desconsolado,
Que nasci desventurado.
(Mocinha) - Não choreis;
mais mal fadada vai aquela.
(Velho) - Quem?
(Mocinha) - Branca Gil.
(Velho) - Como?
(Mocinha) - Com cent'açoutes no lombo,
e uma corocha por capela*.
E ter mão;
leva tão bom coração,**
como se fosse em folia.
Ó que grandes que lhos dão!***

* (corocha) cobertura para a cabeça própria das alcoviteiras; (por capela) por grinalda.
** caminha tão corajosa
*** Ó que grandes açoites que lhe dão!
(Gil Vicente, "O Velho da Horta", em Cleonice Berardinelli (org.), "Antologia do Teatro de Gil Vicente". Rio de Janeiro: Nova Fronteira/Brasília, INL, 1984, p.274).

a) A qual desventura refere-se o Velho neste diálogo com a Mocinha?
b) A que se deve o castigo imposto a Branca Gil?
c) Diante do castigo, Branca Gil adota uma atitude paradoxal. Por quê?

11) Sobre o Humanismo, identifique a alternativa falsa:

a) Em sentido amplo, designa a atitude de valorização do homem, de seus atributos e realizações.
b) Configura-se na máxima de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”.
c) Rejeita a noção do homem regido por leis sobrenaturais e opõe-se ao misticismo.
d) Designa tanto uma atitude filosófica intemporal quanto um período especifico da evolução da cultura ocidental.
e) Fundamenta-se na noção bíblica de que o homem é pó e ao pó retornará, e de que só a transcendência liberta o homem de seu insignificância terrena.

12) Ainda sobre o Humanismo, assinale a afirmação incorreta:

a) Associa-se à noção de antropocentrismo e representou a base filosófica e cultural do Renascimento.
b) Teve como centro irradiador a Itália e como precursor Dante Alighieri, Boccaccio e Petrarca.
c) Denomina-se também Pré-Renascentismo, ou Quatrocentismo, e corresponde ao século XV.
d) Representa o apogeu da cultura provençal que se irradia da França para os demais países, por meio dos trovadores e jograis.
e) Retorna os clássicos da Antiguidade greco-latina como modelos de Verdade, Beleza e Perfeição.


Gabarito:

1) A   2) D   3) E    4) E    5) E    6) A   7) D   8) a) O trecho que se relaciona literalmente com o final da peça é "asno que me leve quero". Pero Marques age como um "asno" em duas situações: a primeira quando serve de cavalgadura; a segunda, por não saber que Inês o traía.
b) O primeiro marido de Inês - Brás da Mata - tratava-a de modo agressivo e tirânico, já Pero dá-lhe total liberdade.
c) É uma sátira moral da sociedade portuguesa da época. Inês abandona seus ideais com o propósito de levar uma vida prazerosa.
9) E   10) a) O Velho, enganado pela alcoviteira Branca Gil e sem sua fortuna, lamenta a infelicidade amorosa que o destino lhe reservou, confirmando uma de suas máximas: "O maior risco da vida / e mais perigoso é amar".
b) A prática da alcovitagem, associada a feitiçarias leva Branca Gil a ser punida com "cent'açoutes no lombo" e degredo.
c) A atitude de Branca Gil pode ser entendida como paradoxal, pois, enquanto é castigada pelos belenguis, não assume uma postura arrependida e contrita, mas corajosa.
11) E   12) D

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