sábado, 12 de janeiro de 2013

classificação e reprodução das Pteridófitas

Pteridófitas

Samambaias, avencas, xaxins e cavalinhas são alguns dos exemplos mais conhecidos de plantas do grupo das pteridófitas. A palavra pteridófita vem do grego pteridon, que significa 'feto'; mais phyton, 'planta'. Observe como as folhas em brotamento apresentam uma forma que lembra a posição de um feto humano no útero materno. Antes da invenção das esponjas de aço e de outros produtos, pteridófitas como a "cavalinha", cujo aspecto lembra a cauda de um cavalo e tem folhas muito ásperas, foram muito utilizadas como instrumento de limpeza. No Brasil, os brotos da samambaia-das-roças ou feto-águia, conhecido como alimento na forma de guisados.


Atualmente, existem cerca de 11.000 espécies de pteridófitas; a grande maioria ocorre em regiões tropicais. Porém, existem algumas espécies que habitam regiões temperadas ou semidesérticas. Muitas espécies são epífitas, ou seja, crescem sobre outras plantas, porém, não se alimentam dos tecidos ou da seiva de seu hospedeiro. Existem desde espécies muito pequenas até algumas que chegam a atingir mais de 20 metros de comprimento, cujas folhas possuem mais de 5 metros!

As pteridófitas são as primeiras plantas a apresentar tecidos especializados na condução de água e nutrientes. Ou seja, diferentemente das briófitas, as pteridófitas são plantas vasculares. Existem vasos especializados em conduzir a água e os sais minerais, chamados de xilema (ou lenho), e outros que conduzem a seiva elaborada, o floema (ou líber). A presença de vasos condutores permite que a água e os nutrientes sejam transportados de maneira eficiente por longas distâncias. Esta característica permite que elas atinjam tamanhos muito maiores do que os musgos.

O corpo das pteridófitas já apresenta a diferenciação em raiz, caule e folhas. As raízes formam o sistema radicular, responsável por fixar a planta ao substrato e pela absorção de água e nutrientes.

O caule sustenta o corpo vegetal e realiza o transporte de substâncias entre raízes e folhas e vice-versa. Em muitas espécies, o caule cresce abaixo da superfície do solo, ou seja, é um tipo de caule subterrâneo chamado de rizoma. Em outras espécies, o caule é aéreo e pode atingir vários metros de altura.

As folhas muitas vezes são divididas em pequenas partes, chamadas de folíolos. As pteridófitas não possuem flores, frutos ou sementes.

     
Cavalinha                                                Samambaia

Reprodução das Pteridófitas


Algumas espécies de pteridófitas apresentam reprodução assexuada através do brotamento. O novo broto surge a partir do caule da planta mãe e, após se desprender desta, origina um novo indivíduo.

Assim como nos demais vegetais, na reprodução sexuada das pteridófitas ocorre a alternância entre dois tipos de gerações, uma haplóide (n) e outra diplóide (2n). Por isso o ciclo é chamado de haplodiplobionte. A geração haplóide é o gametófito, estrutura que produz gametas através da mitose. A geração diplóide é o esporófito, que produz esporos através da meiose.

Se você ainda se lembra, nas briófitas o gametófito é a geração dominante. O esporófito é ligado ao gametófito e é dependente deste. Já nas pteridófitas, o esporófito é a geração dominante e de vida livre. Esta característica se mantém em todas as demais plantas vasculares. O gametófito das pteridófitas é chamado de protalo. Ele possui a forma de um coração, é bem menor que o esporófito e é de curta duração.

Quando os esporófitos amadurecem, eles produzem esporos haplóides (n) através de meiose, no interior de estruturas chamadas de esporângios. Os esporângios encontram-se reunidos ao longo dos folíolos. Os conjuntos de esporângios formam os soros, que são aqueles pequenos pontos pretos que podemos observar ao longo das folhas das pteridófitas. Os esporângios se rompem e liberam os esporos no ambiente. Quando estes encontram um substrato com condições adequadas de umidade e luminosidade, germinam e dão origem ao gametófito haplóide (n).

O gametófito (ou protalo) é hermafrodita, e, através de divisões mitóticas, produz os gametas masculinos, chamados anterozóides (n), e os femininos, as oosferas (n). Quando maduros, e na presença de água, os anterozóides são liberados e fecundam as oosferas. Pode ocorrer tanto a autofecundação quanto a fecundação cruzada, entre gametófitos que estejam próximos um do outro. Em seguida, o gametófito se degenera.

A fecundação, ou seja, a união dos anterozóides com as oosferas, origina um zigoto diplóide (2n). O zigoto se desenvolve originando um novo esporófito (2n), que corresponde à planta adulta.


ciclo reprodutivo das samambaias

Classificação das Pteridófitas

No grupo das pteridófitas encontramos as seguintes divisões:

- Psilotophyta
- Lycophyta
- Sphenophyta
- Pterophyta

Filo Psilotophyta



Este grupo é muito pequeno e contém apenas dois gêneros: Psilotum e Tmesipteris, e são plantas muito simples.
Morfologia

Os representantes do gênero Psilotum não apresentam raízes e folhas, e as clorofilas encontram-se na superfície do caule. A água e os sais minerais são absorvidos por rizóides. O esporófito é pequeno, ramificado dicotomicamente.

O sistema condutor possui um cilindro delgado de traqueídes.

Os representantes do gênero Tmesipteris possuem apêndices com formato de folha e vivem sobre plantas, como algumas samambaias.



Reprodução

Os esporos são de um tipo apenas, ou seja, são homosporadas, e após germinarem originam gametófitos bissexuados subterrâneos que fazem simbiose com fungos.

O gameta masculino é multiflagelado e chamado de anterozóide, logo é dependente de água para fecundar a oosfera.


Filo Lycophyta


Segundo Cronquist, um importante estudioso da Botânica, a divisão Divisão Lycopodiophyta é a mais antiga conhecida e que perdura até os dias de hoje. Também conhecida como Lycophyta, sua reprodução ocorre por meio da dispersão de esporofítica, ora são gametófitos ora se apresentam como esporófitos, culminando num evento biológico denominado alternância geracional. Esta divisão tem muitos representantes que estão subdivididos em ordens e classes. Abaixo veremos as 3 classes correspondentes à esta subdivisão:
Os organismos representantes desta classe são de pequeno porte, produzem apenas um único tipo de esporo (ou seja, são homosporadas) e são de hábitat terrestre.


Classe Selaginellopsida
Os organismos desta classe podem ser rastejantes ou ascendentes, sexualmente produzem mais de um esporo (os micrósporos e megásporos) e por isso são denominados heterósporos. Suas folhas apresentam uma estrutura que fica entre o limbo e o pecíolo: a lígula (como mostra a seta na figura ao lado). As folhas estão presas ao longo caule de forma que lembram escamas.


Classe Isoetopsida
Os organismos desta classe são aquáticos, e um grupo é destaque: os lepidodendros. Foram prósperos no Período Carbonífero, chegaram a atingir cerca de 30m e suas folhas não eram largas, mas eram longas. Pelas características que possui, vem sendo comparada à um erva gigante.

Os licófitos tem um trajeto evolucionário vasto e amplo. Sua dispersão se deu nos períodos Siluriano e Devoniano. Graças às condições climáticas, bioecológicas e químicas desta época, esses organismos precisaram desenvolver adaptações (principalmente raízes e folhas) que os fizessem resistir à mais atípica das condições. Duas importâncias desta divisão, tanto comercial quanto pra medicina, são: comercialmente os esporos são muito procurados pelas fábricas de fogos de artifício, graças ao seu alto teor de inflamabilidade. Já no campo da medicina, uma espécie de licopódio chinês está tendo um de seus compostos químicos isolados para pesquisa, pois os cientistas acreditam que tal composto, o Huperzine, pode contribuir em grande escala para o tratamento do Mal de Alzheimer, uma doença degenerativa do cérebro.


Filo Sphenophyta

O Filo Sphenophyta é composto por apenas um gênero, que abriga 15 espécies, o gênero Equisetum, plantas conhecidas como cavalinhas.

Ambiente

São encontradas em locais úmidos, próximos a córregos.

Morfologia
São plantas que possuem um caule articulado, formado por nós e entrenós, com folhas verticiladas com nós e estrias nos entrenós, e caule com deposição de sílica.
Na parte inferior do caule estão presentes rizomas, que originam caules aéreos e raízes.



Reprodução

As estruturas produtoras de esporos são chamadas esporangióforos, que se reúnem no ápice do caule em forma de estróbilo. São homosporadas. Os esporos possuem elatérios, estruturas parecidas com faixas, que participam na dispersão.
Os gametófitos normalmente desenvolvem-se em locais bem úmidos e possuem vida livre.
Os gametas masculinos são multiflagelados e dependentes de água para fecundar a oosfera.

 Pterophyta


No Filo Pterophyta estão as samambaias, que abrigam cerca de 11.000 espécies descritas.

As samambaias formam um grupo numeroso e muito diversificado, habitantes principalmente dos trópicos.

De acordo com a morfologia dos esporângios, são classificadas em eusporangiadas ou leptosporangiadas.

Eusporangiadas: Com exceção das samambaias leptosporangiadas, todas as plantas vasculares possuem eusporângios, que são células que originam o esporângio e possuem várias camadas de células. Neste grupo encontramos as Ordens Glossales e Marattiales.

Leptosporangiadas: A maioria das espécies compõe a Ordem Filicales, com cerca de 10.500 espécies. São homosporadas.

O esporófito é formado por folhas do tipo megafilo bem desenvolvido, arranjando-se de forma pinada, presas pelo pecíolo. Os rizomas possuem tricomas.
Na parte inferior da folha encontramos os esporângios, que se agrupam formando os soros, que podem ser protegidos pelo indúsio, que seca e dispersa os esporos bissexuados.

Os gametófitos são de vida livre e dependentes de água. Os espermatozóides são multiflagelados.

O protalo é o gametófito desenvolvido, possui rizóides e produz anterídios e arquegônios na sua região ventral.

O gametófito fecundado desintegra quando o esporófito formado se desenvolve.
Na samambaia, o esporófito é a geração duradoura.

Podemos encontrar também samambaias aquáticas que são as únicas heterosporadas. As estruturas reprodutoras chamam-se esporocarpos, possuem formato de feijão e produzem soros. As folhas com tricomas flutuam na superfície da água e o rizoma cresce no solo úmido.

questões de vestibular sobre Pteridófitas

1) (UEMA) Em que fase do ciclo de vida das pteridófitas há maior quantidade de DNA por núcleo celular? 

a) gametófitos.
b) gametângios. 
c) gametas. 
d) esporos. 
e) esporófitos.

2) Filicínea é uma classe de vegetais que contém cerca de 10.000 espécies descritas entre samambaias e avencas. No ciclo de vida das filicíneas isosporadas, ocorre redução no número de cromossomos durante: 

a) a formação dos gametas. 
b) a formação dos esporos. 
c) o desenvolvimento do protalo. 
d) o desenvolvimento do esporófito. 
e) o desenvolvimento do arquegônio.

3) (FUVEST-SP) No ciclo vital das pteridófitas como as samambaias e avencas são consideradas as seguintes etapas: 
I - produção de esporos; 
II - fecundação; 
III - produção de gametas; 
IV - esporófito; 
V - protalo. 

A seqüência correta em que essas etapas ocorrem é 
a) II, V, IV, I e III. 
b) II, III, I, IV e V. 
c) III, II, IV, I e V. 
d) V, III, IV, I e II. 
e) III, IV, I, II e V.

4) (UFRS) As samambaias que enfeitam nossas casas são 
a) gametófitos de briófitas. 
b) gametófitos de pteridófitas. 
c) esporófitos de briófitas. 
d) esporófitos de pteridófitas. 
e) esporófitos de gimnospermas.

5) Em Pteridófitas como as samambaias e avencas que se reproduzem através de uma alternância de gerações, a geração verde, transitória e sexuada é o(a) 

a) protalo 
b) protonema 
c) esporófito 
d) oosfera. 
e) anterozoide

6) A planta de onde se extrai o xaxim é um(a) 

a) musgo. 
b) coqueiro. 
c) samambaia. 
d) trepadeira. 
e) líquen.

7) Assinale a alternativa que relaciona a característica evolutiva que permitiu às Pteridófitas sobreviver em ambientes terrestres e atingir porte maior que as Briófitas como os musgos. 

a) caule subterrâneo 
b) folhas compostas 
c) vasos condutores 
d) flores monóicas 
e) sementes aladas

8) (UFMT) Com relação às Pteridófitas podemos dizer que o gametófito é 

a) desenvolvido, maior que o esporófito e denominado cormo. 
b) reduzido e sempre chamado de protalo. 
c) múltiplo e conhecido como soros, haplóides 
d) muito pequeno e denominado estômio.

9) (Fuvest-SP) O xaxim é um produto muito usado na fabricação de vasos e suportes para plantas. A sua utilização:

a)  aumenta o risco de extinção de certas samambaias, a partir das quais é produzido.
b)  não acarreta nenhum impacto ambiental, pois é produzido a partir da compactação de folhas de certas palmeiras.
c)  aumenta o risco de extinção de certas gramíneas, a partir das quais é produzido.
d)  não acarreta nenhum impacto ambiental, pois é produzido a partir de raízes de plantas aquáticas secas.
e)  provoca a extinção de certas palmeiras, a partir das quais é produzido.

10) (Ufscar-SP) Considere as seguintes características:

I.  Presença de tecidos de condução;

II.  Presença de raízes verdadeiras;

III.  Dependência de água para fecundação;

IV.  Fase esporofítica predominante.

Uma briófita e uma pteridófita apresentam em comum apenas:

a) IV                     b) III                  c) I e II             d) II e III              e) I, II e IV

11) Assinale a alternativa errada:

a) Os esporófitos das pteridófitas costumam apresentar três partes: raiz, caule e folhas.
b) Diversas pteridófitas são epífitas, isto é, vivem sobre outras plantas sem parasitá-las.
c) As pteridófitas são plantas avasculares que não formam sementes.
d) Os esporófitos das pteridófitas formam estruturas denominadas esporângios.
e) Os soros, encontrados nas folhas das pteridófitas, contêm um conjunto de esporângios. Esses soros são protegidos por uma membrana chamada de indúsio.
 
12)  (FUVEST) No que diferem briófitas e pteridófitas quanto ao deslocamento da água no interior da planta? 

13) (UFJF/2004) Em um canteiro de samambaias ornamentais, surgiram insetos que se alimentam dos prótalos formados. Como consequência imediata dessa ação, pode-se esperar que:

a) não haverá mais a produção de esporângios e a formação de esporos diplóides.
b) haverá redução na formação de soros e, consequentemente, novos prótalos não serão formados.
c) não haverá formação de arquegônios e esporângios, interrompendo o ciclo reprodutivo.
d) não haverá formação de anterídeos e, portanto, novos esporos não serão formados.
e) não haverá formação de zigotos e, como resultado, novos esporófitos não serão formados. 

Gabarito:

1) E   2) B   3) C   4) D   5) A   6) C   7) C   8) B    9) A   10) B   11) C  12) As briófitas são avasculares e a água se desloca no organismo por difusão de célula para célula. As pteridófitas são vasculares e a água se desloca através de um conjunto de vasos condutores de seiva.  13) E



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